quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Alimentar o sonho

Gostava de falar dos sonhos e da forma irrealista como os assumimos, da forma como os escondemos, da forma pouco carinhosa como criticamos por vezes o sonho alheio.
Aprendemos a ser adultos e sonhamos às escondidas, choramos às escondidas, a nossa espiritualidade vive apenas na companhia da solidão, falta-nos assunto com os entes queridos embora partilhando o mesmo tecto, sermos catalogados de sonhadores é um rótulo que não desejamos vestir, a vergonha de sermos como somos e de nos abrirmos é um reflexo do materialismo que nos governa.
Os sonhos do homem não devem ficar acantonados na infância e no passado porque são as traves mestras da sua existência e apesar da aparente letargia a que são por vezes abandonados, cada homem impelido por forças habitualmente denominadas de carácter, personalidade, habilidade ou dom, enriquece e adorna o seu trabalho, as suas atitudes e os seus gestos, com fragmentos ainda que por vezes inteligíveis dos seus sonhos e das suas ilusões enfraquecidas, mas não perdidas.
Enquanto o homem conseguir sonhar não terá idade, nem irá olhar para o horizonte com a ideia de decadência, mas com a ideia de realização.

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